sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Gripe suína

Gripe suína pode impedir recuperação econômica em 2010, diz consultoria

Passageiros fazem fila em aeroporto (arquivo)

Centro de estudos alertou para efeitos sobre setor de turismo e viagens

A gripe suína pode levar por água abaixo as esperanças de uma recuperação da economia mundial até o ano que vem e provocar uma queda de 3,9% do PIB do planeta em 2010, alertou nesta sexta-feira uma consultoria britânica em um estudo.

A pesquisa do Centro de Estudos Oxford Economics também afirmou que o Brasil poderia ser gravemente afetado, com a economia encolhendo 4% neste ano e também no ano que vem.

De acordo com o estudo, a pandemia tem potencial de causar uma redução de 4% do PIB mundial neste ano, contra uma previsão atual, segundo a Oxford Economics, de -2,6%.

No ano que vem, em vez de uma esperada recuperação e crescimento de 2,2%, o PIB global desabaria 3,9%.

Impacto

O estudo avaliou o impacto da gripe suína sobre setores como turismo, hotelaria e de viagens, bem como sobre os gastos dos consumidores.

A consultoria assumiu que a taxa de infecção da doença em nível mundial será de 30%, próxima da previsão do governo britânico, com uma taxa de mortalidade de 0,4%, semelhante à observada em diversos países acompanhados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

"Nós teríamos um grande choque no chamado gasto de consumidores que não são essenciais, como restaurantes, cinemas e até mesmo roupas, coisas que consumidores podem cancelar", disse à BBC Brasil uma das autoras do estudo, Marie Diron.

Segundo Diron, o estudo tirou conclusões dos efeitos da Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave) na Ásia em 2003. Na época, as viagens internacionais com origem e destino na região desabaram. Segundo o estudo, o número de turistas para Hong Kong chegou a cair 60% no segundo trimestre daquele ano.

A partir daquela experiência, a Oxford Economics estimou que os gastos com viagens e turismo cairão 60% agora.

Outro efeito registrado em 2003 durante a Sars - e que poderia se repetir com a gripe suína - é a redução, ainda que temporária, nos gastos de consumidores, que evitariam locais públicos para evitar contaminação.

Nós teríamos um grande choque no chamado gasto de consumidores que não são essenciais, como restaurantes, cinemas e até mesmo roupas, coisas que consumidores podem cancelar.

Marie Diron, Oxford Economics

"O que quisemos ressaltar é que os efeitos da redução nos gastos dos consumidores e em viagens podem potencialmente ser muito grandes, muito maiores do que o fato de que muitas pessoas não poderão ir ao trabalho", disse Marie Diron, da Oxford Economics.

Reação

A autora do estudo disse que as conclusões devem servir como alerta para o potencial "destrutivo" da gripe suína sobre a economia, contra o qual os governos podem atuar com medidas econômicas.

"As medidas mais óbvias seriam ajudar os setores mais vulneráveis, como turismo e hotelaria, em países onde o déficit público não é tão profundo. O governo poderia criar pacotes a exemplo do que fez com o setor automotivo", afirmou Marie Diron.

Ela acrescentou que o Brasil, embora tenha no turismo uma importante fonte de renda, tem mais espaço para agir que países ricos mais gravemente atingidos pela crise.

"O Brasil é um país que tem taxas de juros maiores que, por exemplo, a Grã-Bretanha", afirmou, "o que daria ao Banco Central mais recursos para impulsionar a economia e sair da crise, através do corte de juros".

Em seu estudo, a consultoria prevê dois cenários, a partir de 2011, quando a economia global se recuperaria do baque econômico da gripe suína.

No primeiro caso, semelhante ao que ocorreu após a Sars, os consumidores retomariam em um curto espaço de tempo seu nível normal de gastos. "Mas sabemos que as coisas não voltarão ao normal tão rapidamente quanto na ocasião da SARS, porque a economia sairá de um ponto de partida mais baixo", opinou Marie Diron.

"Um segundo cenário é que, por conta desse ponto de partida baixo, muitas empresas são empurradas para a falência pela gripe suína que ocorre em paralelo a vários outros fatores. Nesse caso o desemprego sobe muito mais do que podemos imaginar e, nesse caso, a economia mundial entra em deflação. Não acho que seria o caso do Brasil, mas veríamos deflação no mundo."

Transmissão da Gripe Suína

Normalmente, esse tipo de vírus ataca apenas os porcos. Porém, às vezes eles conseguem vencer essa barreira e passam a atacar humanos. Mais tarde, passa a ser transmitida diretamente de pessoa para pessoa. Ao contrário do que algumas pessoas podem pensar, não é possível pegar gripe suína comendo carne de porco. A transmissão acontece como a da gripe normal, pela tosse ou pelo espirro de pessoas infectadas. Para se prevenir, evite contato com pessoas doentes e ficar colocando as mãos nos olhos, nariz e boca. Lave sempre as mãos e cubra o nariz e a boca com um lenço ao espirrar.

A Influenza A H1N1 (comumente conhecida como Gripe Suína) é uma gripe pandêmica que atualmente está acometendo a população de inúmeros países. A doença é causada pelo vírus influenza A H1N1, o qual representa o rearranjo quádruplo de cepas de influenza (02 suínas, 01 aviária e 01 humana).[2] [3]

A gripe foi inicialmente detectada no México no final de março de 2009 e desde então se alastrou por diversos países.[4] Desde junho de 2009 a OMS elevou o nível de alerta de pandemia para fase 06, indicando ampla transmissão em pelo menos 02 continentes. [5]

Os sinais e sintomas da gripe suína são semelhantes aos da gripe comum, tais como febre, tosse, dor de cabeça, dores musculares, dor na garganta e fraqueza. Entretanto, diferentemente da gripe comum, ela costuma apresentar complicações em pessoas jovens.

Progressão, sintomas e tratamento

Diagrama dos sintomas da gripe A (H1N1) no ser humano.
1- Corpo em geral - febre
2- Psicológico - letargia, falta de apetite
3- Nasofaringe - rinorreia, dor de garganta
4- Sistema Respiratório - tosse
5- Gástrico - náuseas, vómitos
6- Intestino - diarréia.[15]

Assim como a gripe humana comum, a influenza A (H1N1) apresenta como sintomas febre repentina, fadiga, dores pelo corpo, tosse, coriza, dores de garganta e dificuldades respiratórias.[16] Esse novo surto, aparentemente, também causa mais diarreia e vômitos que a gripe convencional.

De acordo com a OMS, os medicamentos antivirais oseltamivir e zanamivir, em testes iniciais mostraram-se efetivos contra o vírus H1N1.[17]

Ter hábitos de higiene regulares, como lavar as mãos, é uma das formas de prevenir a transmissão da doença.[18] Além disto, deve-se evitar o contato das mãos com olhos, nariz e boca depois de tocar em superfícies, usar lenços descartáveis ao tossir ou espirrar, evitar aglomerações e ambientes fechados e ter hábitos saudáveis como hidratação corporal, alimentação equilibrada e atividade física. Caso ocorra a contaminação, o paciente deve evitar sair de casa até cinco dias após o início dos sintomas, pois este é o período de transmissão da gripe A.[19]

Algumas organizações religiosas também orientaram aos fiéis evitar abraços, apertos de mãos ou qualquer outro tipo de contato físico para impedir a dispersão do vírus durante os cultos religiosos.[20]

Grupos de risco

Desde que as mortes em decorrência da gripe suína foram identificadas, alguns grupos de risco foram observados. São eles:[21]

Formas de contágio

Imagem de microscópio eletrónico de uma coloração negativa de um vírus de gripe H1N1 rearranjado.

A contaminação se dá da mesma forma que a gripe comum, por via aérea, contato direto com o infectado, ou indireto (através das mãos) com objetos contaminados. Não há contaminação pelo consumo de carne ou produtos suínos. Cozinhar a carne de porco a 70 graus Celsius destrói quaisquer microorganismos patogênicos. Não foram identificados animais (porcos) doentes no local da epidemia (México). Trata-se, possivelmente, de um vírus mutante, com material genético das gripes humana, aviária e suína.

Surto de gripe suína de 2009

Passageiros do metrô na Cidade do México usando máscaras de proteção em 24 de Abril de 2009.

O surto de gripe suína de 2009 em humanos, oficialmente denominado como gripe A (H1N1) (português europeu) ou influenza A (H1N1) (português brasileiro),[22] e inicialmente conhecido como gripe mexicana,[23] gripe norte-americana,[24] influenza norte-americana[25] ou nova gripe,[23] deveu-se a uma nova estirpe de influenzavirus A subtipo H1N1 que continha genes relacionados de modo muito próximo à gripe suína.[26] A origem desta nova estirpe é desconhecida. No entanto, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) anunciou que esta estirpe não foi isolada em porcos.[24][27] Esta estirpe transmite-se de humano para humano,[28] e causa os sintomas habituais da gripe.[29]

Vacina

Existe uma vacina para porcos, mas nenhuma para humanos.[30] A vacina contra a gripe "convencional" oferece pouca ou nenhuma proteção contra o vírus H1N1. O Japão anunciou que pretende desenvolver uma vacina eficaz[31] e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês) vem investigando formas de tratamento.

O Instituto Butantan, em São Paulo, está colaborando com a Organização Mundial de Saúde em uma pesquisa para elaborar uma vacina contra a gripe suína e prevê finalizar o processo dentro de quatro a seis meses.[32]

Todavia, segundo Karl Nicholson, da Universidade de Leicester, na Grã-Bretanha, se o vírus evoluir para uma pandemia, a primeira onda vai chegar e irá embora antes que uma vacina tenha sido produzida.[33]

Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) mapearam as sequências genéticas dos primeiros vírus influenza A (H1N1) a chegarem ao Brasil, que foram, segundo o Ministério da Saúde, coletados de quatro pacientes: dois do Rio de Janeiro, um de Minas Gerais e um de São Paulo. Segundo uma análise preliminar, o vírus encontrado nos casos brasileiros é idêntico ao que circula em outras localidades. Segundo Fernando Motta, pesquisador do Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo do IOC, o sequenciamento genético é fundamental para acompanhar a evolução do vírus no país e abre a possibilidade para o desenvolvimento de protocolos de diagnóstico. [34]

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